IAB Campinas

Casa Grande e Tulha

Originário da primeira sesmaria da região, o imóvel intitulado Casa Grande e Tulha é remanescente de um período compreendido entre as últimas décadas do século XVIII e as primeiras décadas do século XIX.

Segundo parecer do Condephaat: “Construída em meio à primeira sesmaria de Campinas, as terras em que hoje se acham a Casa Grande e Tulha, pertenceram, segundo pesquisas de Antônio da Costa Santos, a Antônio Maria de Abreu e seu cunhado, João Bueno da Silva, que em 1732 receberam por doação do Conde de Sarzedas. Esta sesmaria, que não chegou a ser ocupada pelos donatários, estendia-se pelas duas margens da Estrada dos Goiases e, no curso das décadas, elas se fizeram apropriadas e depois vendidas por Francisco Barreto Leme a Felipe Nery Teixeira e Manoel Fernandes de Sam Payo.

Na porção meridional (formada pelas bacias hidrográficas dos ribeirões de Anhumas e Piçarrão) achava-se instalado nas margens do ribeirão do mesmo nome, o Pouso das Campinas Velhas; na porção setentrional estabeleceu-se o rossio da futura vila. As origens da Casa Grande associam-se à família Sam Payo; na ocasião em que adquiriram a propriedade, nela já constava um engenho datado da segunda metade do século XVIII. A tulha teria sido erguida em taipa de pilão na década de 1790, quando de posse de Cláudio Fernandes de Sam Payo e sua mulher Rosa Maria de Abreu e Silva (pioneiros no município) e a “casa grande”, construída pela filha e herdeira Maria Felicíssima M. Abreu, por volta de 1830. As terras da sesmaria outrora concedida a Antônio Maria de Abreu e João Bueno da Silva (1732) sofreram contínuas subdivisões e fizeram nascer diversas fazendas, entre elas, a “Chácara Paraíso” de Arlindo Joaquim de Lemos. Desta propriedade formou-se a “Chácara Proença”, então reduzida em 1978 a um lote de 2.688,75 m² com a casa grande e tulha em seu interior.

Foi nesta ocasião, enfim, que o arquiteto e urbanista Antônio da Costa Santos a adquiriu, transformando-a em seu objeto de estudos (doutorado em arquitetura/USP), de trabalho, de moradia e de conservação, trajetória que culminou em seu tombamento estadual (em 1986 pelo CONDEPHAAT) e municipal (em 1990 pelo CONDEPACC), bem como na obtenção do título de doutor com a obra Campinas: das origens ao futuro, lançada como livro em 2002”.

Ficha técnica do patrimônio

  • Bem/Edificação: Casa Grande e Tulha
  • Localização: Avenida Doutor Arlindo Joaquim de Lemos, 1.300, Vila Lemos, Campinas, SP, CEP 13100-451
  • Utiulização Original: Engenho colonial e sede de fazenda cafeeira do período imperial
  • Tipologia: Arquitetura colonial datada das últimas décadas do século XVIII e de princípios do século XIX
  • Área Bruta: 990 m²
  • Arquiteto Responsável: Desconhecido
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