
Concebidas para renovar um complexo ferroviário fabril que já dava sinais de “esgotamento”, as novas oficinas da Companhia Mogiana foram idealizadas, projetadas e executadas entre os anos de 1897 e 1908, pelo engenheiro Carlos Stevenson.
Formado como engenheiro civil pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro (1890), Stevenson ingressou como engenheiro na Companhia em 1895 e em 1897 “já havia chegado ao posto de chefe da locomoção”. Nesta condição, segundo Rita Francisco, o engenheiro promoveu “uma completa remodelação das instalações” utilizando-se de “recomendações técnicas internacionais para a construção de oficinas ferroviárias” sem perder atenção do “contexto cultural da época”, desdobrando-se daí oficinas erguidas com um “acurado tratamento das questões técnicas e operacionais”, ao mesmo tempo em que dotadas de “alguns requintes até então restritos às estações de passageiros, mesmo com as recomendações contrárias ao luxo nas estradas de ferro”. O “tratamento estético das fachadas” conferido por Stevenson às novas Officinas deu lugar a um partido arquitetônico sujeito aos modelos da arquitetura corrente, mas ao mesmo tempo inserido ao “ecletismo então predominante na arquitetura paulista”, o que lhes permitiu atender “às demandas sociais de que as fachadas dos edifícios deveriam ser elegantes e dotadas de sentido moral” (FRANCISCO).
Seus cinco edifícios funcionais (relacionados à conservação ou reparação do material rodante e de tração) compunham-se da seção de locomotivas, seção de carros e vagões, usina geradora e fundição, garagens e rotundas ou depósitos anelares; conjunto que não só conferiu novas bases de funcionamento ao complexo ferroviário fabril como também lhe possibilitou construir máquinas, vagões, gaiolas, carros, entre outros, equipamentos (FRANCISCO).