IAB Campinas

Catedral Metropolitana

O corpo principal da igreja recebeu cobertura em 1845, momento em que já se achavam presentes os primeiros sobrados, ruas e o projeto de um teatro (que em breve seria instalado nas imediações).

Uma vez erguido o corpo central da Matriz Nova, começaram os trabalhos de estruturação e ornamentação interna e externa, atividades que se estenderam por mais quatro décadas e que contaram com várias equipes de artistas, arquitetos, engenheiros, mestres de obra, artesãos e trabalhadores.

O primeiro grupo foi o de Vitoriano dos Anjos Figueiroa, um experiente entalhador bahiano trazido pela Irmandade do Santíssimo Sacramento que chegou a Campinas em 1853 com seus artífices aprendizes. Sua equipe conseguiu construir em poucos anos e em grandes proporções (pelo porte das taipas) o altar-mór, o balcão das tribunas, do coro e os dois púlpitos em estilo rococó tardio, revelando grande competência e dedicação. Mas, Vitoriano dos Anjos, cerca de dez anos depois, por desentender-se com o novo presidente das obras, foi dispensado, dando lugar ao ituano Bernardino de Sena Reis e Almeida, que realizou os altares da nave e as duas capelas laterais em estilo neo-barroco. Nesta ocasião, achava-se à frente dos trabalhos o arquiteto da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, Bittencourt da Silva; autor do projeto da Igreja da Glória do Catete (RJ), edificação que então contava com fachada de torre única em estilo neo-clássico. As obras seguiram seu curso até o ano de 1866, momento em que o desmoronamento de uma parte dos alicerces (com a morte de quatro pessoas) recolocou em discussão o projeto da Matriz, seguindo-se novas trocas de equipes das quais participaram Vilaronga (1871), Cantarino (que retomou o projeto de Bittencourt, com alterações), Cristovam Bonini (1876) e Ramos de Azevedo (1879).

Na última fase dos trabalhos, o engenheiro Dr. Francisco de Paula Ramos de Azevedo, de posse do projeto do arquiteto Cristóvan Bonini, edificou uma nova estrutura de tijolos para sustentar os elementos decorativos. Seguindo o projeto de Bonini, foram criados três planos decorativos em estilo clássico. O primeiro se compunha de colunas de inspiração jônica e uma parte central saliente coroada por um frontão triangular e uma série de quadros em relevo com a gravação das principais datas históricas do templo. O segundo plano seria composto por duas janelas em arcada, de inspiração coríntia, e um grande relógio. O terceiro plano seria assentado em uma base quadrada com uma pirâmide de coroamento, esfera e cruz de ferro. Em 1923 a Catedral passou por reformas que criaram, entre outras intervenções, uma cúpula de cimento capaz de sustentar uma imagem da Virgem Maria, em lugar de um pequeno zimbório de vidros coloridos

Ficha técnica do patrimônio

  • Bem/Edificação: Catedral Metropolitana de Campinas
  • Localização: Praça José Bonifácio, s/n, Centro, Campinas, SP, CEP 13010-190
  • Utiulização Original: Matriz Nova da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição
  • Tipologia: Fachada de inspiração neo-clássica com interior em estilo rococó tardio e neo-barroco. A mistura de formas e de momentos distintos de arte que se encontram presentes nos ajudam a entender um pouco mais sobre o tempo histórico em que foi construído, sobre as aspirações que moveram suas elites, ou ainda, sobre a arte dos seus construtores
  • Área Bruta: 2.890 m²
  • Arquiteto Responsável: Entre as equipe que edificaram a catedral constaram mestres taipeiros, o entalhador baiano Vitoriano dos Anjos e seus artífices aprendizes (1853/1862-63), o arquiteto Bittencourt da Silva (Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro) e o entalhador Bernardino de Sena (1862-63/1866, ocasião do desabamento), Vilaronga e Cantarino (no curso dos anos de 1866 a 1876), o arquiteto Cristovam Bononi (a partir de 1876) e o engenheiro-arquiteto Ramos de Azevedo (1879/1883).
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