IAB Campinas

Hospital Beneficência Portuguesa

Nos registros da instituição constam notas publicadas nos jornais da cidade em 4 de maio e 18 de maio de 1876, onde se lê: “..o presidente convida a todos os mestres a virem em sua casa para verem o risco e condições de construção do mesmo edifício, para até 15 do corrente apresentarem suas propostas, sendo estas abertas no dia 16 perante a Diretoria que aceitará a que mais vantagens oferecer”, e ainda, “Foi escolhida a proposta apresentada pelos Srs Manoel José da Fonseca e João Becker”. Em 1ª de dezembro de 1876, uma nova nota informa: “Em vista das modificações havidas na planta para o hospital, resolveu a diretoria por novamente a concurso da obra completa”; questão que se exclarece o nota de 17 de dezembro com a informação de que: “O Diretório da Sociedade Portuguesa de Beneficência acaba de contratar com o Sr. Manoel Ferreira da Costa a construção do edifício que tem de servir de hospital daquela caridosa instituição (…) O edifício será construído segundo o plano apresentado pelo sr Valentim José da Silveira Lopes, tendo 154 palmos de frente e 54 e meio de fundo” (Registro Histórico).

A pedra fundamental foi lançada em 6 de janeiro de 1877 e a inauguração ocorreu em 29 de junho de 1879, cabendo ao Dr Valentim José da Silveira Lopes (construtor) a condução voluntária das atividades hospitalares nos anos de 1879 a 1886.

Em 1882 realizaram-se obras de conclusão do hospital, constando a instalação de uma sessão de hidroterapia; neste ano, a instituição recebeu a visita da Princesa Isabel e do Conde d’Eu, mas teve também parte de seu terreno desapropriado para alinhamento da atual avenida Andrade Neves. Em 1884, o hospital recebeu ajardinamento e em 1885, iluminação a gás. Data deste ano a visita do Imperador D. Pedro II que não só percorreu o estabelecimento como legou uma contribuição valiosa, e ainda, a elaboração de novos estudos para ampliação. Em 1889, com a eclosão da epidemia de febre amarela, a Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campinas recebeu auxílios da Sociedade Portuguesa de Beneficência de São Paulo, assim como contou com apoio do Conde D’Eu e do Inspetor de Higiene do Império, que estiveram em Campinas para “tomar ciência do estado da epidemia”, integrando o hospital os esforços de combate à doença.

Em 1896, período em que novos casos de febre amarela acabaram por promover um novo surto, o hospital voltou a abrir suas portas aos doentes. Na ocasião, a instituição achava-se em obras de ampliação, concluindo-se em dezembro do mesmo ano, dois novos pavilhões e uma pequena torre adornada com um relógio. Em 1898, o prédio mereceu o gradil de ferro externo e o calçamento com paralelepípedo dos caminhos de acesso à porta central; o centro médico recebeu uma “máquina de choques elétricos” e a presença de um farmacêutico diplomado na Academia de Lisboa.

Ficha técnica do patrimônio

  • Bem/Edificação: Hospital Real Beneficência Portuguesa de Campinas
  • Localização: Rua Onze de Agosto, 557, Centro, Campinas, SP, CEP 13013-100.
  • Utiulização Original: Hospital
  • Tipologia: Eclético com elementos neo-coloniais.
  • Área Bruta: 7.300 m²
  • Arquiteto Responsável: Projeto idealizado pelo Dr Valentim José da Silveira Lopes e edificado pela construtor Manoel Ferreira da Costa. Planta reelaborada e reconstruída pelo Escritório Severo & Villares nos anos de 1929/1931, com projeto de Ricardo Severo
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