IAB Campinas

Estação da Companhia Paulista

Nas palavras de Nestor Goulart Reis, registradas na obra Estação Cultura. Patrimônio ferroviário do povo de Campinas, podemos ler: “O primeiro edifício da estação foi inaugurado em 1872, com uma grande festa. Suas características foram registradas por Jules Martin em duas imagens conhecidas. Uma delas foi publicada como uma gravura no almanaque de Campinas para o ano de 1873, editado por José Maria Lisboa. A outra é a de um quadro, que existia no Museu Ferroviário de Jundiaí. O edifício tinha um corpo central térreo e dois blocos laterais, com sobrados. No primeiro a parte central avança discretamente sobre o alinhamento, sendo arrematada no alto por um frontão simples e o que poderia ser um óculo no centro. A entrada tinha três portas e alguma semelhança com a parte central do atual edifício mas com um só pavimento. Nas laterais, apresentava duas portas em ambos os lados. O corpo térreo teria quatro ou cinco janelas, de peitoril baixo. Avançando um pouco mais sobre o alinhamento da fachada, os dois corpos laterais, com sobrados, tinham duas janelas em cada andar, na frente e na lateral externa. Consta que as paredes desse edifício teriam sido construídas com a técnica de taipa de pilão pois a primeira olaria de Campinas, a dos irmãos Peixoto, foi instalada após a inauguração da linha e da estação, tendo importado seu equipamento mecânico do exterior. A julgar pela litografia de Jules Martin, a cobertura seria em telhas tradicionais, de capa e canal, pelo mesmo motivo. A segunda gravura mostra o pátio de manobras e a estação pelo lado da gare, sem muitos detalhes. Esse edifício foi substituído pelo atual, que foi construído em tijolos e inaugurado em 1884, provavelmente porque o antigo já não atendia às necessidades de serviços e suas técnicas construtivas seriam pouco adequadas às condições de administração de uma ferrovia” (REIS, 2004)

Segundo os estudos de REIS, orientados para subsidiar as obras de restauro da edificação: “A segunda estação, inaugurada em 1884, passou por sete fases de ampliação e reforma”. A primeira deu-se em 1884 com a construção da parte inicial do edifício; a segunda ocorreu entre os anos de 1884 e 1906; a terceira fase entre 1906 e 1910; a quarta fase, entre 1910 e 1915; a quinta fase entre 1915 e 1920 e a sexta fase, entre os anos de 1920 e 1960

Ficha técnica do patrimônio

  • Bem/Edificação: Estação da Companhia Paulista
  • Localização: Largo Marechal Floriano, s/nº, Centro, Campinas, SP, CEP 13013-120
  • Utiulização Original: Estação da Companhia Paulista de Estradas de Ferro
  • Tipologia: Edificação ferroviária com “padrões mais românicos do que gótico” ao modelo dos “projetos de arquitetos ingleses, ao tempo do Victorian Gothic” (REIS, 2004).
  • Área Bruta: 11.100 m²
  • Arquiteto Responsável: Equipe da Companhia Paulista de Estrada de Ferro de Jundiaí a Campinas que na ocasião contou com o engenheiro inglês, Walter Hammon, na inspetoria geral
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